terça-feira, 8 de setembro de 2015

Produção Musical - Parte V : Captação de Coberturas



Solistas e instrumentos melódicos podem agora registrar suas partes com naturalidade e emoção, encaixando-as perfeitamente sobre a base.

Como o esqueleto da música já está gravado, outros estúdios e até mesmo instrumentistas de outras localidades podem participar das coberturas. Esta possibilidade traz flexibilidade para o projeto.
(isso é especialmente verdade para instrumentos raros, orquestração e naipes que requerem salas especiais ou artistas especializados)

Vocais podem ser gravados em uma sala enquanto o guitarrista registra um solo delicado e demorado em outra. Outros elementos menos fundamentais, que trazem "tempero" e personalidade para a música, também são gravados nesta fase. Frequentemente, são os Pads harmônicos de fundo (conhecidos como "cama"), percussões complementares, backing-vocals, cordas de orquestra, samplers, sintetizadores diversos.

Para que possam escutar a base ao gravar suas linhas, os solistas receberão um mix de fundo nos seus headphones (ou monitores). É essencial que este mix tenha um volume adequado e destaque os elementos mais importantes para aquele solista. Um percussionista pode precisar de mais bumbo, um vocalista deseja ouvir o piano um pouco mais alto e com reverb. Um erro comum é enviar um mix muito baixo ou muito alto para o vocalista, que tenderá a cantar desafinado. O mesmo acontece quando o músico não consegue escutar a si próprio (“aumenta o retorno!”). Infelizmente, poucos técnicos e produtores gastam o devido tempo preparando os mixes que influenciarão diretamente as performances dos artistas.

Quando possível, preferimos gravar as coberturas no mesmo estúdio das bases, o que irá garantir maior homogeneidade acústica. Nem sempre percebemos esta vantagem durante as gravações, mas ela torna-se bastante óbvia nas próximas etapas.

No mundo ideal, todos os instrumentistas tocariam juntos e um único par de microfones captaria a “mixagem” final em estéreo. Não precisaríamos dividir as gravações em etapas e nem realizar mixagens.

Na prática esta situação é improvável, até mesmo impossível em alguns estilos musicais. Em gravações “ao-vivo”, perdemos o controle das partes, dependemos de uma performance perfeita dos músicos, há problemas de vazamentos entre microfones e falta de uma acústica adequada na sala.
Este estilo de produção “minimalista” ainda é bastante comum em algumas gravações audiófilas de jazz e música erudita, conferindo uma naturalidade incrível. Vale lembrar que não só os artistas, mas técnicos e produtores, precisam ter domínio total sobre o processo de gravação para se fazer uma gravação audiófila “ao vivo”.

Fonte: Dennis Zasnicoff


Nenhum comentário:

Postar um comentário