Você sabe o quanto suas cordas definem seu timbre?
Ultimamente eu tenho abordado com frequência os diversos fatores que influenciam de uma maneira ou de outra o seu timbre final e hoje não vai ser diferente. Vou falar do quanto as cordas influenciam o seu timbre final.
Muitos guitarristas passam anos usando os mesmos tipos (e marcas) de cordas sem se dar ao trabalho de testar outras variedades.
Espero que depois desse post você deixe de fazer parte desse grupo e teste uma variedade maior.
Hoje eu vou falar um pouco sobre como usar e escolher diferentes calibres, como o comprimento da escala afeta o conforto, diferentes tipos de enrolamentos (construção) de cordas, etc.
O estilo que você toca
Antes de começarmos a olhar os tipos de cordas, você precisa analisar um fator crucial:
O estilo musical que você toca – e como você o toca.
O lance é o seguinte; um guitarrista numa banda de metal normalmente toca de maneira bastante diferente de um guitarrista de blues.
Diferente em termos de timbre, setup, tipo de guitarra, pegada etc.
Sendo assim, o primeiro passo para escolher um bom encordoamento é analisar o seu estilo. Vamos usar os mesmos exemplos:
Toca blues? Provavelmente curte um som mais encorpado e firme apesar de não priorizar a velocidade de digitação.
Toca metal? A velocidade da digitação é crucial! Aqui o timbre já não precisa ser necessariamente encorpado.
Comprimento da escala e calibre das cordas
Um fator muito pouco falado quando falamos de tipo de corda é sobre como o comprimento da escala da sua guitarra influencia o seu conforto e timbre.
Um exemplo:
Instale um encordoamento 0.10 em uma Gibson 335 e o mesmo encordoamento em uma Fender Stratocaster.
Instale um encordoamento 0.10 em uma Gibson 335 e o mesmo encordoamento em uma Fender Stratocaster.
Ao testar, você vai perceber que o encordoamento fica mais firme ao toque e um pouco mais ‘duro’ na Fender Strato do que na Gibson 335.
O motivo é muito simples: A Stratocaster tem uma escala mais longa do que a 335.
Por esse simples motivo é muito comum ver guitarristas usando calibres mais grossos (0.11, por exemplo) em guitarras como a 335 ou mesmo Les Paul’s enquanto usam calibres mais leves (exemplo; 0.10) em guitarras como a Stratocaster.
Calibre das cordas
Agora chegamos a um dos fatores cruciais na escolha das cordas:
O calibre do encordoamento.
Quando falo do calibre das cordas me refiro à espessura das mesmas.
A maioria das guitarras vendidas em lojas no Brasil vem de fábrica com encordoamento 0.9 (esse número se refere à espessura da corda mais fina)
Apesar de iniciarmos tocando normalmente em encordoamentos 0.9, o mundo é muito mais vasto do que isso.
Encordoamentos de maior espessura oferecem uma variedade diferente de qualidades que devem ser levadas em conta, como:
– Som mais definido
– Maior presença de graves
– Mais firmeza nas cordas
– Agudos mais definidos
– Timbre menos embolado, etc
– Som mais definido
– Maior presença de graves
– Mais firmeza nas cordas
– Agudos mais definidos
– Timbre menos embolado, etc
No entanto, aumentar a espessura traz pontos negativos que devem ser levados em conta também, sendo o principal deles o fato de que requer mais força na mão esquerda para tocar confortavelmente.
Sendo assim, mudar de um encordoamento 0.9 para um 0.11 pode trazer sérios desafios para você fazer aquele bend de 1 tom.
Outro ponto importante:
Mudanças no calibre do seu encordoamento provavelmente irá requerer um ajuste do tensor da sua guitarra. Sendo assim, um papo com aquele seu amigo Luthier é muito bem vindo nessa hora para evitar qualquer dano de longo prazo na sua guitarra.
Mudanças no calibre do seu encordoamento provavelmente irá requerer um ajuste do tensor da sua guitarra. Sendo assim, um papo com aquele seu amigo Luthier é muito bem vindo nessa hora para evitar qualquer dano de longo prazo na sua guitarra.
Tipo de construção das cordas
Chegamos a um último critério e outro que muitas vezes é esquecido pelos guitarristas.
O tipo de construção das cordas.
Hoje no mercado existem três tipos comuns de construção; Roundwound (enrolamento arredondado), Halfwound (meio a meio) e o Flatwound (enrolamento reto). Vou falar um pouco sobre os dois mais populares; o Roundwound e o Flatwound.
Roundwound:
O enrolamento roundwound é de longe o mais comum e muito provavelmente é que está instalado hoje na sua guitarra.
O enrolamento roundwound é de longe o mais comum e muito provavelmente é que está instalado hoje na sua guitarra.
As características são mais sustain e ataque além de um timbre brilhante característico em estilos populares como Rock, Pop e blues.
Por outro lado esse tipo de enrolamento produz maior desgaste da escala e trastes além de ser mais agressivo aos dedos do guitarrista.
Por outro lado esse tipo de enrolamento produz maior desgaste da escala e trastes além de ser mais agressivo aos dedos do guitarrista.
Flatwound:
Ao contrário do Roundwound o flatwound já não é mais tão popular hoje em dia.
Esse era o principal tipo de encordoamento disponível até meados da década de 60 e é extremamente usado por guitarristas (e baixistas) de jazz na atualidade.
Ao contrário do Roundwound o flatwound já não é mais tão popular hoje em dia.
Esse era o principal tipo de encordoamento disponível até meados da década de 60 e é extremamente usado por guitarristas (e baixistas) de jazz na atualidade.
O principal motivo é o timbre característico das Flatwound: Esse tipo de construção entrega um som bastante aveludado, com poucos harmônicos e um foco grande na nota principal.
Adicionalmente esse tipo de construção tende a produzir cordas mais duráveis.
Adicionalmente esse tipo de construção tende a produzir cordas mais duráveis.
No entanto as cordas flatwound não estão restritas ao Jazz e ao baixo. Um bom exemplo de guitarristas que usaram quase que exclusivamente as Flatwounds são George Harrison e John Lennon durante o tempo de Beatles.
Quer sacar o timbre das Flatwound? Da uma ouvida em Day Triper, I want you (she’s so heavy), LA Woman (The doors), dentre outras.
E ai, já testou algum outro tipo ou calibre de cordas? Vai testar?
Fonte: https://maquinasdemusica.com/ - por Jorge Lopes